Camboja 2 - Templos de Angkor
Há lugares no mundo que eu considero que têm de ser visitados pelo menos uma vez na vida e os Templos de Angkor são um deles. Uma das maravilhas do mundo, Angkor é um complexo de ruínas das antigas cidades do Império Khmer que dominou a região do Camboja entre os séculos IX e XV. As ruínas, localizadas no interior da densa floresta fazem parte do Património Mundial da UNESCO.
Parti num dos primeiros autocarros que saía de Phnom Penh em direcção a Siem Reap, ponto de partida para os Templos, às 8h30. Pela frente, 6h de viagem de autocarro até Siem Reap e mais uma pequena viagem de pouco mais de 30 minutos de Tuk-Tuk até às famosas ruínas.
O autocarro era razoável e confortável e não foi difícil a viagem. No Camboja, este tipo de autocarros possui uma pessoa tipo "hospedeira" que vai dando informações sobre a viagem, informações turísticas e fornece até uma pequena refeição, com uns snacks e água, onde vai fazendo algum equilibrismo no meio do autocarro de modo a manter o tabuleiro estável. Dado o tempo de viagem até que se torna bastante útil.
O sistema está também montado, a meio da viagem pergunta quem necessita de transporte até ao centro da cidade pois os bilhetes para os Tuk-Tuks são vendidos ali mesmo e a estação de autocarros, por obra do acaso, até fica um pouco afastada. Consoante a distância os preços variam entre 1 e 3 dólares.
Perguntei então o preço para ir directamente para os templos, pois só dispunha dessa mesma tarde e da manhã seguinte para os visitar e teria de ir logo de seguida. A senhora ficou admirada e disse que as viagens são só para o centro, para as pessoas se dirigirem aos hoteis ou pousadas. Repito que tenho de ir logo e após alguns telefonemas lá me diz que tenho de ir num dos Tuk-Tuks que dispõem até à cidade e depois apanhar um outro transporte para os Templos. Não tenho outra hipótese, aceito.
Após a chegada, tomo então o meu Tuk-Tuk para a cidade e confronto logo Phanit, o meu motorista sobre a possibilidade de me levar logo aos templos. Hesita e diz que normalmente todos vão para a cidade. Reforço a minha vontade, ele insiste que é melhor ir primeiro à cidade e eu finalizo que tenho de ir já para os Templos. Ok, responde, eu levo-te!
Phanit tornou-se a partir daí no meu "motorista privado de Tuk-Tuk" e pseudo-guia, pois lá me ia dando algumas escassas informações de tempos a tempos. Esteve comigo nos dois meios-dias que dispunha para a visita e acabou por ser uma boa companhia. Quanto ao seu Tuk-Tuk, tirando o facto de ser constituído por uma pequena motica atrelada ao corpo do Tuk-Tuk e não conseguir passar dos 20Km/h, tudo bem...
Chegados às bilheteiras tentei ver a melhor forma de comprar os bilhetes, pois no fundo estaria apenas dois meios-dias em Angkor. O bilhete de um dia não pode ser repartido, teria de comprar de dois dias e prontamente a senhora diz-me que dois bilhetes de um dia ficam ao mesmo preço do bilhete de três dias. Não tinha outra hipótese e lá o comprei. Bilhete de três dias, ao preço de dois para uma visita com o tempo total de um. Grande negócio o meu!
O tempo começava a escassear, aqui anoitece cedo e lá fomos o mais rápido possível... A decisão para as visitas do primeiro dia caíu sobre Angkor Thom e Phnom Bakheng, famoso pelo seu por-do-sol.
A porta de Angkor Thom é uma lindíssima ponte repleta de figuras de gigantes nagas (serpentes míticas conhecidas pela possibilidade de terem duas cabeças) sobre o canal e um grande portal bastante impressionantes.
Após a entrada deparamo-nos logo com The Bayon, o templo do centro de Angkor Thom com as suas torres cónicas que sorriem em todas as direcções.
Estas, as minhas preferidas.
Famoso também o Terrace of Elephants com figuras dos Elephantes guerreiros em marcha e nas traseiras o templo de Baphuon.
Baphuon fica dentro da densa floresta Cambojana o que lhe dá também um ambiente e uma envolvência muito especiais. Esta não é uma floresta normal... É uma floresta muito viva, muito forte e que já engoliu uma grande cidade. Há algo aqui...
Antes do anoitecer rumámos a Phnom Bakheng, o templo que no alto da colina obtém uma vista soberba sobre Angkor e toda a região. Dadas as suas características tournou-se famoso pelo seu pôr-do-sol.
Bom, é obvio que com toda a fama, o local iria estar repleto de gente. A certo ponto, ao aproximar-se o pôr-do-sol, que não se revelada assim nada de tão especial, e vendo-me no meio de tão grande multidão decidi que o mais interessante não era o tal fenómeno natural que me levou ali mas sim as centenas de pessoas em anfi-teatro de máquinas na mão a postos para o grande momento...
E cá está ele...
Terminada a visita, lá fomos em direcção a Siem Reap à procura de alguns hoteis que já havia seleccionado do meu guia (livro). Já em viagem decidi que talvez fosse melhor ficar por um dos hoteis localizados na área à saída da zona dos Templos. Poupava a viagem dessa noite para a cidade e no dia seguinte também já estaria mais perto. E não foi difícil, com um golpe de sorte passámos por um hotel de aspecto agradável e bem localizado, junto a um pequeno centro comercial e a vários restaurantes. Parámos, fui à recepção e fiz a reserva com direito a desconto e tudo. Uma boa opção.
No dia seguinte lá estava Phanit à hora marcada e lá fomos nós ao ritmo do seu Tuk-Tuk rumo à principal das atracções, Angkor Wat.
Mais do que um grandioso e impressionante palácio, Angkor Wat é um símbolo nacional e do orgulho Khmer. Um local majestoso e rico, de silhueta imponente e marcante. Mas palavras para quê, as fotos valem mais do que qualquer coisa que possa dizer...
Foi grande a dificuldade em seleccionar as fotos para colocar aqui no blogue. Tanto este como o templo a seguir são locais verdadeiramente especiais e a câmara não conseguiu ter descanço.
A segunda visita do dia foi dedicada a Ta Prohm, para mim o mais espectacular dos templos. Não tão grandioso como Angkor Wat, mas com um misticismo muito maior, talvez por ter sido verdadeiramente engolido pela floresta, talvez por dar uma maior sensação de cidade perdida. É um local mágico e extremamente interessante.
E mais uma vez as imagens falam por si...
Não muito longe fica Ta Keo, de menor dimensão mas também interessante.
Para terminar a visita, pois a hora do autocarro de volta a Phnom Penh aproxima-se, uma pequena visita a Prasat Kravan, um pequeno templo junto à estrada de regresso a Siem Reap.
Ainda bem que decidi partir com alguma tolerância, pois claro está, Phanit levou-me para a estação de autocarros errada, e ainda comenta: _ Mas o autocarro não está aqui!? _ Ao ver o local diferente ainda lhe perguntei se não era no mesmo local onde havia chegado no dia anterior? Phanit disse que não, que lá era apenas a chegada e que as partidas eram todas do mesmo local. Bom, lá ligou para a empresa de transportes, e ligou de novo o Tuk-Tuk... Sempre era no mesmo local.
Siam Reap é uma cidade com pouco para ver e que nesta altura estava em grande parte alagada. Para eles é a normalidade e levam o dia-a-dia da mesma forma.
Às 12h30 lá estava eu no autocarro a ver os vídeos de karaoke da Lambada e da Macarena em versão Cambojana. Daí a pouco partiu rumo a Phnom Pehn onde chegaríamos daí a 6h. Durante, mais uns vídeos de karaoke...