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28 juillet 2008

India 3 - Dakshineswar Kali Temple ( Calcutá )

Às vezes penso que estou num país de loucos... Outras, sintou-me eu um louco neste país que parece virado do avesso. Não sei porquê. Talvez porque sinta que tudo, ou quase tudo o que faço parece estranho aos olhos de quem me rodeia. Sinto-me um alienígena nos meus passeios, nas minhas idas ao restaurante e até mesmo nas minhas pausas dedicadas à leitura nas muitas Coffee Shops existentes um pouco por toda a cidade. Sim, porque na Índia também há bom café e boas e confortáveis Coffee Shops.
Bom, também nunca vi ninguém a ler por aqui... Como sou estranho...

Num destes cinzentos Domingos, decidimos visitar o maior templo de Calcutá, o Dakshineswar Kali Temple, no norte da cidade. De facto nunca tinha visitado esta parte da cidade que é bem mais pobre e suja. Fiquei com a sensação que aqui há mais pessoas a dormirem na rua do que em apartamentos. Nos passeios sucedem-se umas a seguir às outras as tendas improvisadas com plásticos retirados das muitas e mal-cheirosas lixeiras de Calcutá...

Tinha muita vontade de visitar os templos Hindús e muita curiosidade de sentir estes espaços de devoção e de encontro com a espiritualidade. Tinha muita expectativa e há algum tempo que sentia que necessitava de passar algum tempo num espaço deste tipo.
Era domingo, e como tal dia de peregrinação massiva dos "fiéis" para efectuarem os seus donativos. Assim sendo, uma fila gigantesca aguardava por nós na entrada do templo.

09Dakshineswar

Antes da entrada somos forçados a atravessar uma espécie de galeria que vende todo o tipo de ofertas que podemos fazer aos deuses. Somo fustigados com milhares de vozes que nos chamam para visitar as muitas banquinhas de venda existentes. Decidimos passar em passo acelerado... Para a fase seguinte.

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Após uma longa fila e os consecutivos avisos das recomendações conseguimos entrar. Obrigatoriedade de entrar descalços, nada de fotos, nada de vídeos.

Coloquei-me na fila para as oferendas, mesmo não tendo nada para oferecer, mas o que queria mesmo era entrar no interior do edifício principal do templo para ver a cerimónia.
No final, uma grande decepção. O espaço e o acto que esperava ver de grande simbolismo e carregado de paz espiritual não passou de um acto rude, grosseiro e algo violento de recolha das oferendas que eram depois atiradas para um monte. Isto após bastante tempo numa fila que quanto mais perto se econtrava do destino maiores eram os empurrões e as faltas de respeito.

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Com tudo isto, decidi ir conhecer as restantes partes do templo e os rituais que nelas se praticavam. Bizarro também o facto de todos estarem a tirar fotografias, mesmo depois de todos aqueles avisos?
E bom, se eles não cumprem...

Um dos lados do templo pega com o Rio Houghly e é palco dos tradicionais e sagrados banhos no rio. Uma extensa escadaria desce até à margem repleta de pessoas que se preparam para a cerimónia.

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Seguindo o espírito, e com todo aquele intenso apelo, lá fui eu, convertido...

E para quem ainda tinha dúvidas, aqui estou eu, na nova versão pós conversão:

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Commentaires
R
Oi Mário!<br /> e qual é a sensação de ser convertido nessas águas sagradas!? Espero que te sintas rejuvenescido! Espero que estejas bem e que continues a estar bem por ai, e já agora como está ai o ambiente por causa dos atentados? Imagino que seja tema de conversa.<br /> E em relação às pessoas, li no outro dia num livro que estou a ler, que lá para o ano 2020, 20% da classe trabalhadora mundial vai ser constituida por Indianos, e isto sem que a India sinta um abrandamento no crescimento da sua população residente. Enfim, parece que o Mundo caminha para ser a India, e nesse sentido, tu és um dos poucos no Mundo já habituado ao que vai ser o nosso futuro.<br /> Um abraço grande e que tudo te continue a correr bem, do teu primo Ricardo!
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V
Já reparou que eu a teclar sou um desastre ortográfico, peço-lhe pois desculpa pelos meus muitos erros (é refrescante e é Peru, por exemplo...)
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V
Caro Mário,<br /> <br /> é refresacante e verdadeiramente belo este seu blog. Já o tinha visitado antes, numa altura em que você andou pela América do Sul (Peri, se bem me lembro), e gostei muito do que li. Os livros de viajens sempre me fascinaram. Já pensou escrever um, juntando estas suas belíssimas crónicas? Estou certo que não ficaria nada atrás do Sul do MST. E a verdade é que há cada vez menos gente com este pendor para escrever enquanto viaja, humanizando assim os caminhos deste mundo a que todos pertencemos. Bem-haja e fico a aguardar as suas crónicas...
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